Com certeza os falsificadores percorreram um longo caminho desde a época em que se comprava um video-game no Paraguai e chegava-se em casa com uma caixa cheia de pedaços de madeira. Hoje em dia temos não apenas uma gigante quantidade de produtos com um visual que imita outros produtos da moda, quanto também algumas falsificações bastante convincentes, principalmente em relação a baterias, cartões de memória, pendrives e outros itens.
Em muitos casos o golpe consiste em uma simples remarcação, ou seja, vender outro produto similar, porém de uma marca mais barata como se fosse um pendrive da Kingston ou uma bateria da Nokia, por exemplo, entretanto em outros a coisa pode ser bem mais grave:
Esta foto foi postada por um colega do leste da rússia, que mora perto da fronteira com a China. Esta é uma imitação de um HD de 2.5" externo da Samsung que parece autêntico se olhado por fora, com um invólucro que, excetuando-se alguns erros de escrita até que parece autêntico, inclui os logos e certificados:
Dentro dele temos duas porcas para simular o peso e um pendrive de 128 MB, cujo controlador foi modificado para funcionar em loop, reportando uma partição de 500 GB para o sistema e armazenando a tabela de alocação de arquivos, porém guardando apenas os 128 MB de dados copiados.
O resultado prático desse hack é que ao plugar o drive no sistema, ele é realmente identificado como um HD USB e o sistema reporta a presença de uma partição de 500 GB, e ao escrever vários arquivos a operação de gravação é realmente executada e o gerenciador de arquivos mostra todos os arquivos copiados, inclusive informando os tamanhos corretamente. Entretanto, ao tentar abrir or arquivos, você perceberá que estão todos vazios, com exceção do último, que conterá os 128 MB finais.
Este mesmo hack é muitas vezes encontrado em pendrives falsificados, onde a capacidade real pode ser bem mais baixa que a reportada, graças ao emprego do mesmo hack. Como uma indústria de falsificação tão desenvolvida quanto a que existe na China, um simples controlador modificado é coisa de criança.
Texto escrito por Carlos Morimoto em 11 de abril de 2011
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